NADANDO COM OS LOBOS
CINQUENTA E UM SALVA-VIDAS
participaram da 24ª Travessia da Ilha dos Lobos, prova de natação no mar de
Torres, no Litoral Norte. Deram braçadas por 1,8 quilômetro, até a chegada na
Praia Grande
O catamarã sai do Rio Mampituba, sob a Ponte
Pênsil, em Torres, às 9h. A bordo, 51 salva-vidas se preparam para a 24ª edição
da Travessia da Ilha dos Lobos, tradicional campeonato de natação da
corporação. Os aguardam 1,8 quilômetros de braçadas em mar aberto até a
beira-mar da Praia Grande. Entre os competidores, 48 homens e três mulheres.
– Ansiedade. Só quero cair na água – afirma uma das atletas, Carla Avozani, 27 anos, antes da largada.
Assim que a embarcação se aproxima do monte de pedras que dá nome à ilha resguardada pela proteção ambiental, outro competidor brinca, diante dos traços que formam a longínqua paisagem no horizonte:
– Parecia mais perto.
Sobre as rochas, lobos-marinhos descansam alheios à expectativa do grupo que se jogaria em alto-mar. Às 9h16min, os salva-vidas, equipados com camisetas amarelas e vermelhas, sunga ou calcinha preta, cinto e um flutuador laranja, saltam na água.
– Vai ser dada a largada. Alinhar! – anuncia o megafone.
“Bééé”, apita a sirene.
O relógio aponta 9h19min quando os nadadores dão início às braçadas que os levariam até o ponto de chegada. Ao redor dos competidores, equipes de apoio garantem a segurança da turma: um helicóptero, um bote, uma moto aquática e três Stand Up Paddles (SUPs).
Sob o céu azul, com a água clara, as condições são consideradas ideais para a prova. Pouco vento e correntes marítimas fracas. Do catamarã lotado pelos atletas, só se vê o laranja das boias e as ondas formadas pela alternância do movimento dos braços rente aos corpos.
– É a mais tradicional competição entre os salva-vidas. O principal objetivo da prática desportiva é manter o salva-vida apto para a atividade de salvamento aquático. Agregado a isso, há o convívio entre os competidores e a relação de companheirismo interpraias – aponta o chefe de operações da coordenação dos salva-vidas da Operação Golfinho, major Julimar Fortes.
SOLDADO DE IMBÉ FOI PENTACAMPEÃO
Afastados pelas atividades diárias, representantes de 12 praias do Litoral Norte participaram da travessia: Torres, Arroio do Sal, Capão Novo, Capão da Canoa, Xangri-lá, Imbé Norte e Sul, Tramandaí, Nova Tramandaí, Cidreira, Pinhal e Quintão. Eles integram o grupo de 791 salva- vidas que atendem à região na alta temporada – e, de folga ou alternando o turno com outro colega para participar da travessia, não desguarneceram nenhuma guarita das praias.
Eram sete categorias – seis masculinas, por idade, e uma feminina. Vinte e cinco minutos após largar nas proximidades da Ilha dos Lobos, o primeiro a chegar despontou sobre a areia da Praia Grande rumo à linha de chegada. O nome do vencedor não é novidade entre os colegas: pelo quinto ano consecutivo, Cristiano Gluck Resler, 30 anos, que atua em Imbé, venceu.
– O segredo é treinar durante o ano todo e continuar sempre competindo – avaliou Resler, que, em Porto Alegre, não abandona a prática na piscina de um clube da cidade.
O segundo atleta completou a prova seis minutos após o vencedor. Ofegantes e com os olhos vermelhos pelo contato com a água salgada, os demais competidores foram chegando, um a um.
– Parabéns, guerreiro – cumprimentava o salva-vidas responsável por distribuir as medalhas.
Entre as mulheres, quem venceu foi Carla, aquela que só queria cair na água.
– Tomamos um pouquinho d’água, mas faz parte – contou, sorridente, enquanto repunha as energias com um pedaço de melancia.
No céu, acompanhava a travessia um paramotor que pertence a um sargento da reserva. O veículo está em teste na Operação Golfinho para servir como suporte ao salvamento.
– A vantagem é a agilidade e o campo de visualização maior – avalia o capitão Sandro Carlos Gonçalves, comandante dos salva-vidas de Torres, onde são realizados os simulados com o equipamento desde 2014.
Com os 51 homens e mulheres já em terra, confraternizando sob o toldo armado na areia, a expectativa, agora, é pela prova de 2016.
– É muito bom. Vale pelo espírito esportivo – disse Gracieli Sigolin, 29 anos, estreante na travessia.
debora.ely@zerohora.com.br
– Ansiedade. Só quero cair na água – afirma uma das atletas, Carla Avozani, 27 anos, antes da largada.
Assim que a embarcação se aproxima do monte de pedras que dá nome à ilha resguardada pela proteção ambiental, outro competidor brinca, diante dos traços que formam a longínqua paisagem no horizonte:
– Parecia mais perto.
Sobre as rochas, lobos-marinhos descansam alheios à expectativa do grupo que se jogaria em alto-mar. Às 9h16min, os salva-vidas, equipados com camisetas amarelas e vermelhas, sunga ou calcinha preta, cinto e um flutuador laranja, saltam na água.
– Vai ser dada a largada. Alinhar! – anuncia o megafone.
“Bééé”, apita a sirene.
O relógio aponta 9h19min quando os nadadores dão início às braçadas que os levariam até o ponto de chegada. Ao redor dos competidores, equipes de apoio garantem a segurança da turma: um helicóptero, um bote, uma moto aquática e três Stand Up Paddles (SUPs).
Sob o céu azul, com a água clara, as condições são consideradas ideais para a prova. Pouco vento e correntes marítimas fracas. Do catamarã lotado pelos atletas, só se vê o laranja das boias e as ondas formadas pela alternância do movimento dos braços rente aos corpos.
– É a mais tradicional competição entre os salva-vidas. O principal objetivo da prática desportiva é manter o salva-vida apto para a atividade de salvamento aquático. Agregado a isso, há o convívio entre os competidores e a relação de companheirismo interpraias – aponta o chefe de operações da coordenação dos salva-vidas da Operação Golfinho, major Julimar Fortes.
SOLDADO DE IMBÉ FOI PENTACAMPEÃO
Afastados pelas atividades diárias, representantes de 12 praias do Litoral Norte participaram da travessia: Torres, Arroio do Sal, Capão Novo, Capão da Canoa, Xangri-lá, Imbé Norte e Sul, Tramandaí, Nova Tramandaí, Cidreira, Pinhal e Quintão. Eles integram o grupo de 791 salva- vidas que atendem à região na alta temporada – e, de folga ou alternando o turno com outro colega para participar da travessia, não desguarneceram nenhuma guarita das praias.
Eram sete categorias – seis masculinas, por idade, e uma feminina. Vinte e cinco minutos após largar nas proximidades da Ilha dos Lobos, o primeiro a chegar despontou sobre a areia da Praia Grande rumo à linha de chegada. O nome do vencedor não é novidade entre os colegas: pelo quinto ano consecutivo, Cristiano Gluck Resler, 30 anos, que atua em Imbé, venceu.
– O segredo é treinar durante o ano todo e continuar sempre competindo – avaliou Resler, que, em Porto Alegre, não abandona a prática na piscina de um clube da cidade.
O segundo atleta completou a prova seis minutos após o vencedor. Ofegantes e com os olhos vermelhos pelo contato com a água salgada, os demais competidores foram chegando, um a um.
– Parabéns, guerreiro – cumprimentava o salva-vidas responsável por distribuir as medalhas.
Entre as mulheres, quem venceu foi Carla, aquela que só queria cair na água.
– Tomamos um pouquinho d’água, mas faz parte – contou, sorridente, enquanto repunha as energias com um pedaço de melancia.
No céu, acompanhava a travessia um paramotor que pertence a um sargento da reserva. O veículo está em teste na Operação Golfinho para servir como suporte ao salvamento.
– A vantagem é a agilidade e o campo de visualização maior – avalia o capitão Sandro Carlos Gonçalves, comandante dos salva-vidas de Torres, onde são realizados os simulados com o equipamento desde 2014.
Com os 51 homens e mulheres já em terra, confraternizando sob o toldo armado na areia, a expectativa, agora, é pela prova de 2016.
– É muito bom. Vale pelo espírito esportivo – disse Gracieli Sigolin, 29 anos, estreante na travessia.
debora.ely@zerohora.com.br
DÉBORA ELY
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