segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Alerta de Água Viva!

Matéria do Jornal Zero-Hora do dia 12 de Fevereiro de 2015.


AQUI TEM MÃES-DÁGUA
SALVA-VIDAS CRAVAM bandeiras à beira-mar quando há ataques de água-vivas. Projeto vai mapear incidência de vítimas no Litoral Norte
Bandeiras cravadas à beira-mar alertam para as condições de banho no Litoral Norte – e, desde o dia 1º, chamam a atenção, também, para a presença de mães-d’água. Resultado de um projeto pioneiro em parceria entre Operação Golfinho e a universidade Feevale, o mastro de cor roxa cravado junto ao mar com os dizeres “Atenção: incidência de águas-vivas” indica aos demais banhistas a necessidade de cautela: alguém foi atingido por ali.

Distribuídas de Quintão a Torres, as 220 bandeiras – uma por guarita de salva-vidas – não servem apenas como orientação. A ideia é conscientizar os veranistas a registrarem casos de queimaduras em função do contato com as medusas. Após o fim da temporada, os ataques serão analisados pela universidade e encaminhados ao Corpo de Bombeiros para campanhas de prevenção.

– Iniciamos o monitoramento depois de uma grande incidência de pessoas atingidas por águas-vivas em janeiro – explica o comandante dos salva-vidas da Operação Golfinho, tenente-coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior. – Se houve um caso em um ponto, a probabilidade de que ocorram outros é muito grande porque, normalmente, elas não se deslocam sozinhas, mas em colônias.

Até então, não havia a catalogação dos casos de mães-d’água no mar do Litoral Norte. Quando procurados após um ataque, os salva-vidas realizavam o primeiro atendimento (com aplicação de vinagre para aplacar a ardência e impedir que o veneno se alastrasse). E o serviço se dava por encerrado.

A iniciativa surgiu após uma visita do comandante dos salva-vidas da Operação Golfinho à praia do Cassino, em Rio Grande. No balneário do Litoral Sul, o monitoramento é feito há dois anos pela Secretaria da Saúde do município e pelos salva-vidas. No Litoral Norte, os dados serão compilados até 1º de março. No mesmo mês, o Centro de Pesquisa e Planejamento da Feevale pretende repassar ao Corpo de Bombeiros o resultado.

– Esse questionário irá determinar o perfil das pessoas que se queimam e, também, a gravidade das lesões, para que, ao final desse processo, se tenham estatísticas para que os salva-vidas possam agir preventivamente – aponta a pró-reitora de Ensino da universidade, Denise Ries Russo. O investimento da Feevale no projeto é de R$ 60 mil.

debora.ely@zerohora.com.br

DÉBORA ELY

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