quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Presidente da Assembléia Legislativa do RS recebe Oficiais do Corpo de Bombeiros da BM.

No dia de ontem um grupo de Oficiais do Corpo de Bombeiros foi convidado a uma agenda com o Presidente da ALRS com a finalidade, dentre outros assuntos, de tratar da nova Lei de Prevenção contra incêndios, a qual já se encontra na pauta de votação daquela casa e ainda apresenta alguns pontos controversos.


Na esteira dessa conversa foi, como não poderia deixar de ser, suscitado pelo Presidente da ALRS o assunto relativo à PEC 229/2013, que cria o Corpo de Bombeiros Militar do RS, nos moldes do comando dado pelo Artigo 144, V, da CF/88, aliás, modelo adotado pelo país a partir daquela nova carta constitucional.

Inobstante as opiniões ou preferências individuais, é fato plenamente conhecido e comprovado que o modelo de gestão do Corpo de Bombeiros adotado no RS está superado... não funciona (ou funciona mal) nos níveis de política e de estratégia institucional, embora seja muito efetivo nos níveis de execução.

Hoje (ano de 2013, conforme a Lei Orçamentária Anual - LOA) no atual modelo, a Brigada Militar ocupa, PARA INVESTIMENTO, cerca de 18% do orçamento destinado à SSP. 

Bem, apenas para comparar, a Polícia Civil, que tem 1/4 do tamanho da BM, ocupa 9% do mesmo orçamento (SSP) e a SUSEPE tem previsto cerca de 42% de tal previsão orçamentária. Essa conta não parece estar dentro de uma razoabilidade.

O que ocorre, na prática, é que a BM acaba perdendo duplamente pois, apesar de ser uma instituição POLICIAL, ainda arca com a responsabilidade sobre os serviços de proteção contra sinistros, porém, não percebe uma parcela do orçamento especificamente destinada à gestão desse serviço, que, aliás, não passa nem perto de ser especialidade de polícia.

Perdendo a BM, perde TODA a comunidade Gaúcha!

No final o que resta é um recurso insuficiente tanto para a adequada gestão dos INVESTIMENTOS na atividade policial quanto, mas ainda de muito maior deficiência, para a gestão dos investimentos na proteção contra sinistros (pois, além de não ser o "nosso negócio", o Comandante do Corpo de Bombeiros não é gestor orçamentário).

A simples criação de uma UNIDADE ORÇAMENTÁRIA PRÓPRIA do Corpo de Bombeiros (que é de iniciativa do Poder Executivo) minimizaria enormemente o problema, e mais, permitiria à Brigada Militar, no decurso de tempo, ampliar sua participação nas fatias do "bolo orçamentário", pois disporia de DUAS Unidades Orçamentarias para "pelear" por recursos, o que hoje não ocorre.

Ratifico que a intenção é a de assegurar melhorias em todo o sistema de proteção contra sinistros do RS, mas de forma efetiva.

A aquisição de algumas viaturas e equipamentos é muito bem-vinda mas não ataca o problema, apenas suas consequências.

Não é mais possível contemplar esse quadro de incapacidade gerencial ao qual o Corpo de Bombeiros da Brigada Militar é submetido há décadas sem que, TODOS, compreendamos perfeitamente os efeitos danosos desse canhestro modelo que, por mero desconhecimento, insistimos em manter em nosso Estado.

Grande abraço a todos.


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