sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Incêndio da SOGIPA (Sociedade Ginástica de Porto Alegre)

Na madrugada do dia 25 de Outubro do corrente irrompeu violento incêndio no prédio social da Sociedade Ginástica de Porto Alegre.


Acorreram ao sinistro as guarnições das estações Floresta, Passo D´areia, Açorianos, Partenon e GBS, além de diversos Oficiais da Unidade.

O incêndio se deu na altura do 2º pavimento do edifício social, com grande extensão em toda uma ala da edificação, a qual foi completamente consumida pelas chamas.

Foto: Dani Barcellos/Ag RBS)

O incêndio foi combatido empregando-se estratégia defensiva com a utilização de auto-escada mecânica para evitar a propagação para o flanco frontal da edificação pelas aberturas externas, combinado com um profundo e agressivo ataque interior promovido a partir do 1º pavimento.
Em razão da configuração do prédio houve, além da propagação, enorme quantidade de fumaça confinada no interior dos pavimentos superiores, impedindo completamente a entrada dos bombeiros sem o uso de proteção respiratória.

A visibilidade a partir do 2º pavimento era zero, não sendo possível, sequer, visualizar a iluminação de emergência, a sinalização de saída ou quaisquer obstáculos no interior da cena. 
Caso houvesse algum evento de maior porte ocorrendo no salão principal naquele momento haveria, inequivocamente, severas dificuldades de abandono da área em razão da concentração de fumaça e da visibilidade reduzida a zero.

A equipe designada para a abertura de ventilação no nível superior realizou toda a operação por meio de "tato", somente tendo obtido êxito após a localização de um salão envidraçado no 4º pavimento, sem qualquer visibilidade em razão da fumaça, onde foram rompidas as janelas de toda a face frontal da edificação, o que permitiu a realização do "efeito chaminé" e o "clareamento" da cena.
Para o controle do sinistro foram consumidos, aproximadamente, 30 metros cúbicos de água.

Em razão da inexistência de PPCI aprovado pelo Corpo de Bombeiros, bem como da ocorrência do sinistro, todo o complexo, composto por dez edificações, foi interditado.

Esperamos que, dentro em breve, a direção da SOGIPA dê continuidade ao trâmite dos Planos de Prevenção Contra Incêndios das edificações afim de que o Corpo de Bombeiros possa, de forma definitiva, se manifestar sobre a liberação das edificações e a concessão do Alvará de Prevenção Contra- Incêndios.

Grande abraço a todos!







4 comentários:

  1. É uma pena que a burocracia cause este tipo de transtorno para a sociedade. A Sogipa está tentando regularizar seu PPCI desde o ano passado, mas devido a morosidade da SMOV o Laudo de Vistoria não andava. O Corpo de Bombeiros antes permitia que o PPCI fosse vistoriado apenas com o protocolo da SMOV, mas há algum tempo começou a exigir o Laudo aprovado e isso começou a atrasar em muito os processos. Agora o Corpo de Bombeiros lançou o Informativo 03/2013 permitindo novamente que as vistorias sejam feitas apenas com o protocolo, mas para edificações F6 não irá valer, ou seja, a Sogipa não poderá de qualquer forma pedir sua inspeção sem que seu Laudo seja aprovado. Isso é um grande problema uma vez que em muitos casos os Laudos param por outros motivos como área, marquises ou outras coisas que não interferem na prevenção de incêndios. Existem muitos locais públicos de Porto Alegre que não conseguem se regularizar devido a esta burocracia e outros, como alguns órgãos públicos, que nem tentam. Precisamos trabalhar em conjunto para que se busque sempre a melhoria, não se pode ter um clube como a Sogipa, que possui todos os sistemas instalados, interditado só por causa de um documento que não depende deles para ser liberado.
    Quanto ao atendimento da ocorrência por parte dos bombeiros, só posso dar os parabéns pelas técnicas empregadas, conforme relato, isso demonstra que evoluímos e já utilizamos técnicas avançadas de combate a incêndios e não apenas "gastamos" água para inundar o ambiente.

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  2. A Lei de Incêndio existe no Município de Porto Alegre desde 1979, e a última alteração é a Lei Complementar n° 420/98 de 1998, mas INFELIZMENTE , como profissional, devo constatar que nunca houve fiscalização e tampouco o interesse do proprietário na regularização e em alguns casos até na instalação dos Sistemas de Prevenção! Precisou 241 pessoas morrerem em Santa Maria para que a Sociedade Acordar e buscar a regularização??? Não falo aqui dos Clubes, mas de TODOS OS PRÉDIOS, residencial , comercial, restaurantes, creches....etc...
    Concordo que os processos administrativos são morosos, porque os vivencio diariamente desde 1995, como profissional, mas tivemos tempo....
    Como Prevencionista que sou, gostaria que a Sociedade tivesse realmente a consciência de não mais construir sem aprovação,mas, se ainda assim for necessário, que BUSQUE SUA REGULARIZAÇÃO o mais rápido possível !
    LEMBRANDO QUE EM QUALQUER MOMENTO, PODEMOS ATENDER ÁS LEIS, E EXECUTAR A PREVENÇÃO NA SUA ÍNTEGRA PARA ASSEGURAR A SEGURANÇA DOS USUÁRIOS DA EDIFICAÇÃO, NÃO ESQUECENDO DO TREINAMENTO! DE QUE VALE TER OS SISTEMAS E NÃO SABER USÁ-LOS??
    Agora, os órgão públicos estão assoberbados de processos, e sem condições de pessoal para atender tudo, quem dirá prontamente, tenhamos PACIÊNCIA!
    Ao governo, tanto do Estado quanto do Município, faltam Leis, RESPALDO aos órgãos e seus administradores e FALTA MUITO BOM SENSO!
    Obrigado Major Rodrigo Dutra, pela oportunidade de REFLEXÃO!
    Eng. Alexandra Canseco

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    1. Obrigado por seus comentários Eng. Alexandra. Comungamos das mesmas opiniões no que se refere às medidas de proteção contra sinistros em nosso Estado.

      Devemos seguir em frente com programas de conscientização, os quais, infelizmente, só são compreendidos com a aplicação das sanções necessárias.

      Esperamos que o cenário melhore na próxima década e que a regra seja, realmente, a de existência dos sistemas e das pessoas treinadas para operá-los em todas as edificações.

      Grande abraço.

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  3. Concordo com a declaração da colega Eng. Alexandra no que se refere sobre treinamento.Mesmo no caso da SOGIPA ( e de tantos outros locais na cidade) , se o PPCI estivesse concluído e aprovado, não seria suficiente para evitar o sinistro. Por que?? Faltou TREINAMENTO,faltou um profissional brigadista presente antes ,durante e depois do evento, que fizesse DE FATO a inspeção e vistoria de TODOS os equipamentos instalados em locais que poderiam provocar incêndio, principalmente na cozinha e lancherias, além da instalação elétrica dos equipamentos de som e iluminação do evento, por ex. Treinamento, Fiscalização e Vigilância podem salvar muitas vidas. Aproveito a oportunidade para parabenizar os bombeiros, que , mais uma vez, contando apenas com os poucos equipamentos e recursos que o governo disponibiliza para uma cidade como Porto Alegre, evitaram tragédia de maior vulto. Obrigado. Arq .Marcone Darnel

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