terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bombeiros reivindicam desvinculação da Brigada Militar

Foto: Cristiane Moreira

Vereadores da Cedecondh receberam representantes da corporação

Comissões

Bombeiros reivindicam separação da Brigada Militar

As condições de trabalho do Corpo de Bombeiros esteve na pauta da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) nesta terça-feira (27/8). A reunião, na Câmara Municipal de Porto Alegre, contou com representantes da Secretaria Municipal de Segurança e de entidades ligadas à corporação e à Brigada Militar (BM).

Os bombeiros relataram problemas de infraestrutura, como o déficit de viaturas, a falta de pessoal e o uso de equipamentos antigos. Entretanto, a principal reivindicação foi a concessão de autonomia em relação à BM.

“Autonomia é ter recursos próprios. A gente vem apontando essa solução para o governo do Estado, para que se garanta a independência dos bombeiros. Esse modelo atual não serve mais para nós”, afirmou o tenente-coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior. O chefe do Estado-Maior lembrou que existe uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 225) tramitando na Assembleia Legislativa. “Estamos engajados para que ela seja aprovada e mude a Constituição estadual, dando autonomia aos bombeiros.”

O coordenador da Associação dos Bombeiros, Ubirajara Ramos, aproveitou para criticar o governo estadual. “A autonomia existe no plano de governo. Pelo menos foi isso que venderam para a sociedade e para os bombeiros.” Disse também que não adianta somente investir em equipamentos e material humano, pois são medidas paliativas. “Esses investimentos têm que acontecer, mas não adianta investir num carro velho e quebrado. Precisamos partir para um novo modelo.” Ramos ressaltou que, além do Rio Grande do Sul, os bombeiros ainda permanecem ligados às polícias militares apenas em São Paulo, Paraná e Bahia.

Subcomandante dos bombeiros de Porto Alegre, Rodrigo da Silva Dutra corroborou que o modelo não funciona bem. “A nossa atuação é algo que não é policial. Os parâmetros não são os mesmos de um serviço policial. Buscar recursos financeiros sem conceder autonomia de gestão nos trará novamente a um modelo fracassado.”

Segundo o comandante da Escola de Bombeiros, major Jarbas Ávila, o Estado não investiu um centavo na corporação entre 2007 e 2012. “Não é um problema ligado a esse governo ou ao governo passado. É uma política de gestão que estamos há anos dizendo que a forma de resolver é a independência do Corpo de Bombeiros.”

Encaminhamentos

Proponente do tema, a vereadora Mônica Leal (PP) criticou a ausência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. “Essa reunião foi chamada para cobrar das autoridades que se dê autonomia ao Corpo de Bombeiros. Houve um compromisso do governador do Estado neste sentido, que até agora não se concretizou”, disse.

A presidente da Cedecondh, Fernanda Melchionna (PSOL), confirmou três encaminhamentos: um pedido de reunião com o chefe da Casa Civil, secretário Carlos Pestana; a participação da comissão em uma reunião no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS); e a apresentação de um relatório sobre a situação do Corpo de Bombeiros ao governo estadual.

Também participaram da reunião a vice-presidente Any Ortiz (PPS) e os vereadores Alberto Kopittke (PT), Marcelo Sgarbossa (PT) e Mario Fraga (PDT).

Texto: Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)








segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pobres Bombeiros...

Entre a última sexta-feira (02/08) e hoje (05/08) o Jornalista (Promotor de Justiça) Cláudio Brito manifestou-se sobre um tema muito atual e que vem sendo enormemente debatido pelos grupos de discussão da Brigada Militar, qual seja, a questão do Corpo de Bombeiros.

Embora pareça, à primeira leitura, que Cláudio Brito tenha pautado a discussão sob um viés desagregador, uma vez que coloca a Brigada Militar como a “vilã” do assunto, em verdade, ao se fazer uma leitura mais detalhada, é possível perceber que o jornalista trata da questão com o mesmo olhar com que todos nós a temos tratado, ou seja, a de que a situação não vai nada bem.


O resumo do que o respeitável colunista/apresentador manifesta é: “precisamos dar MAIS ATENÇÃO ao assunto”, mas atenção real, com a adoção de medidas também reais, concretas, que tenham por objetivo FORTALECER a atuação de nosso Corpo de 

Bombeiros afastando de vez a procrastinação.

O Presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar manteve contato, na tarde de hoje, com Cláudio Brito afim de melhor informá-lo sobre a situação de sorte que em suas próximas manifestações, assegurou ao TC Riccardi, que retomará o assunto de forma mais detalhada.

Me impressiona, honestamente, que ainda haja manifestações avocando a atividade de Bombeiro Militar como uma especialidade de Polícia, fazendo comparações entre o Corpo de Bombeiros e a Polícia Ambiental, ou Rodoviária, ou qualquer outra modalidade POLICIAL.

Lamento, mas, respeitando a diletância de uns pela atividade policial, o Corpo de Bombeiros não faz parte desse escopo e, para permanecer operativo e eficaz no seio de uma corporação policial, necessita ser, em caráter de urgência, reforçado no que se refere à forma de administrá-lo e de enxergá-lo como atividade NÃO POLICIAL.

Senhoras e senhores, formadores de opinião e, mais do que isso, cidadãos gaúchos, se há um consenso entre os integrantes do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar (não utilizei a palavra unanimidade) sobre as dificuldades, não é razoável que, ao menos, lhes demos ouvidos?

Que não sirvam nossos pleitos como combustível para alimentar as ansiedades daqueles que nada fazem e a ainda tentam, com falsas premissas, lançar-nos no mar da discórdia.

Ainda aproveito para instigar os interessados com a seguinte questão:

Se a desvinculação da BM não é o ideal, o que falta ao Corpo de Bombeiros, afinal, para que possa desenvolver a pleno suas atividades?

Grande abraço a todos e cumprimentos ao jornalista Cláudio Brito pelo fomento do assunto!


abaixo segue o link da matéria de Cláudio Brito.

http://wp.clicrbs.com.br/direitofundamental/2013/08/05/descarte-indevido-artigo-de-claudio-brito-na-zh-de-hoje/

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Oficiais da Brigada Militar indicam DESVINCULAÇÃO do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar.

No dia 22 de Julho do corrente, após a reunião dos Comandantes Regionais de Bombeiros havida na cidade de Torres, entre os dias 16 e 18 de Julho, foi protocolada junto ao Gabinete do Comandante Geral da Brigada Militar a posição formal do Comando do Corpo de Bombeiros, onde os Oficiais em função de Comando indicaram, à UNANIMIDADE, como necessária a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar e a criação do Corpo de Bombeiros Militar do RS.

A indicação acompanha a posição já adotada pelos Coronéis integrantes do Conselho Superior da Brigada Militar, os quais deliberaram no mesmo sentido há cerca de dois meses em reunião havida na cidade de Santana do Livramento.

Tal posição, em caráter formal e unânime, é um divisor de águas na história que permeia esse espinhoso tema e jamais foi atingida em momentos anteriores.

Essa manifestação somente vem a reforçar os indicativos e os caminhos apontados, há longa data, pelos militares do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul sobre a necessidade de independência administrativa, financeira e operacional em relação às atividades de Polícia Militar, nos mesmos moldes de todo o restante do País.

O espirito não é o de uma cisão, tampouco de uma separação traumática, mas sim da construção de uma Instituição de Estado que detenha responsabilidade plena sobre seus atos, sejam eles julgados corretos, sejam julgados de forma diversa.

A RBS TV noticiou hoje, dia 01 de Agosto de 2013, a manifestação formal dos Oficiais do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar.

(Clique na imagem para assistir o vídeo)

Não há mais tempo a perder, o Estado do Rio Grande do Sul precisa enfrentar essa questão de peito aberto, com transparência e sem esconder a real situação em que se encontra.

Somente com a criação do Corpo de Bombeiros Militar do RS teremos condições de aportar recursos humanos, financeiros e materiais, tão necessários à reversão do atual quadro de fragilidades, sem que haja qualquer tipo de interferência gerencial relacionada aos assuntos afetos, exclusivamente, às atribuições de Polícia Militar.

Grande abraço a todos.